Sequencia didática - Tarsila do Amaral

Sequencia didática - Tarsila do Amaral
SEQUENCIA DIDÁTICA TARSILA DO AMARAL -Releitura - 2010

sábado, 21 de maio de 2011

O PSICOPEDAGO X SALA DE RECURSOS X SALA REGULAR

Inicialmente a Psicopedagogia surgiu para atender crianças e adolescentes que eram excluídos, devido a diversos fatores. Atualmente, a Psicopedagogia é vista como uma área, que além de estudar, lida com os processos de aprendizagem e suas dificuldades.
            O Psicopedagogo pode atuar na área clínica ou institucional, que abrange as escolas, empresas, hospitais, ou seja, qualquer instituição. O trabalho do psicopedagogo na área clínica é realizado em consultório, voltado para a história pessoal do indivíduo e sua modalidade de aprendizagem. Na área institucional, o trabalho é prioritamente de prevenção.
A inclusão é um conceito revolucionário, que busca remover as barreiras impostas pela exclusão em seu sentido mais pleno.  Aplica-se a todos que se encontram permanente ou temporariamente incapacitados, pelos mais diversos motivos, a agirem e a interagirem com autonomia e dignidade no meio em que vivem, pois a constituição afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se, entre outros, o direito à vida, plenitude do seu existir, participando ativamente da construção da sua vida pessoal, tendo uma existência digna, feliz e de qualidade.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDEBEN, sancionada em 20 de dezembro de 1996, não se pode negar a nenhum aluno a matrícula obrigatória nas escolas comuns do ensino regular. Contudo, as escolas regulares, precisam contar com os meios apropriados e suficientemente flexíveis, para facilitar a tais educandos pleno desenvolvimento e real integração social na comunidade em que vive.
Segundo estimativas da ONU, as pessoas portadoras de deficiências representam cerca de 10% da população mundial, mas em países do terceiro mundo como o Brasil, esse percentual pode ser mais elevado, pois as condições sócio-econômicas da população são precárias. Contudo, as oportunidades oferecidas pela sociedade aos alunos considerados “normais”, devem ser extensivas aos alunos especiais.
Alguns desses alunos necessitam além do ensino comum, orientações e recursos especiais para atingir o rendimento máximo de suas potencialidades. Algumas escolas possuem a sala de recursos, que é um apoio pedagógico focalizado na dificuldade de aprendizagem do aluno, também existem as escolas especiais, freq6uentada no horário oposto ao da escola do ensino regular.
Sendo assim, percebemos que a inclusão nas escolas regulares necessita ser realizada de forma consciente, planejada, com métodos e processos de ensino adequados, respeitando as diferenças, com capacitações para os professores, desmistificado dessa forma, seus conceitos e pré-conceitos, mudando assim a visão desses professores para com esses alunos, melhorando tanto a relação professor-aluno, como ao processo de ensino-aprendizagem.
Neste contexto, entra o trabalho do psicopedagogo, o qual tem como uma de suas funções detectar os problemas de aprendizagem, e a partir daí, auxiliar a instituição escolar com planos educacionais através de seu diagnóstico e com propostas de metodologia, colaborando dessa forma na melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Segundo Igea isto consiste em um dos desafios no âmbito escolar que é:
Saber planejar estratégias pedagógicas a partir de uma concepção do professor como “gestor da trajetória de aprendizagem dos alunos” e como “mediador entre os recursos humanos e materiais disponíveis” (alunos-alunos; aluno-produto multimídia; aluno-aluno de outro centro escolar; professor-aluno; aluno-educador social, etc). (2005, p. 27).

A falta de orientação psicopedagógica  aos professores das salas de ensino regular é um dos motivos, pelos quais a visão dos mesmos para com esses alunos, ainda está longe de uma visão inclusiva. Dessa maneira, esse não saber dos professores se reflete em sala de aula no trato com esses alunos, no despreparo e limitação expressos na ação pedagógica, pela falta de conhecimento sobre a inclusão e como trabalhar com os educandos que possuem dificuldades de aprendizagem, repassando assim, exclusivamente para a professora da sala de recursos toda a responsabilidade pelo processo de aprendizagem desses alunos.

Entretanto, este pensamento e ação pedagógica necessitam ser estendidos aos outros profissionais desta unidade de ensino. Segundo Montoan (2004) para que haja a inclusão é necessário reconhecer e valorizar as diferenças, considerar a pluralidade do aluno, e a partir daí, construir a idéia de identidade móvel que irá desconstruir o sistema de significação excludente, normativo e elitista. Esta autora citando Hall (2000) diz:
O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem identidade fixa, permanente, essencial. Esse aluno engloba um conjunto diversificado de identidades, diante de um eu que não é sempre o mesmo, seguro e coerente, mas um cambiante, cada um dos quais podemos nos confrontar e nos identificar temporariamente. ... Se a identidade é referência, podemos inventar o que quisermos para agrupar e rotular os alunos. Se a diferença é tomada como parâmetro, não fixamos mais na identidade como norma e fazemos cair toda uma hierarquia das identidades e diferenças que sustentam a “normalização”. (p. 6)

As diferenças dos alunos deveriam servir como parâmetro na busca de novas trilhas educacionais, para as quais não existem receitas. Para alcançar estas metas pode-se proporcionar primeiramente momentos reflexivos sobre a prática educativa e individual, visando à construção de caminhos que possam ser estendidos a todos envolvidos na trajetória da inclusão, isto é, que vai além dos muros da escola ao buscar parcerias, pesquisas e orientações para superação de suas dificuldades. Neste sentido, Montoam (2004) declara:
Temos insistido para os professores e dirigentes dos sistemas educacionais reconheçam que escolas devem se entrelaçar e configurar verdadeiramente uma rede de ensino. Com isto queremos dizer que as escolas precisam se reconhecer como fios do tecido formado pelos sistemas educacionais. Esses são organizações que auto-regulam, engedrando um jogo permanente um jogo entre as pessoas que as compõem e as influências externas. (p. 7)

No entanto, diante de um contexto onde há alunos com deficiências de aprendizagem  e a escola perpetua uma visão cristalizada entre professores e coordenação em que vê como único meio de vencer esta dificuldade, a professora de recursos. Esta visão necessita ser revista, pois não cabe a um só segmento da unidade escolar a responsabilidade pela inclusão, mas a uma dinâmica de todos os profissionais envolvidos, inclusive a família, no processo de aprendizagem. Neste sentido, Montoan (2004) diz:
A inclusão escolar, sendo decorrente de uma educação acolhedora e para todos, propõe a fusão das modalidades do ensino especial e regular e a estruturação educacional, consubstanciada na idéia de uma escola única. A pretensão é unificar o que está fragmentado, dicotomizada, tratado isoladamente e oficializado em sub-sistemas paralelos. (p. 4) (grifo nosso)

Percebe-se a proposta de intervenção psicopedagógica com uma perspectiva de discutir a inclusão, visando desmistificar uma concepção fragmentada, dicotomizada, onde recai sobre um só profissional, dentro da escola a responsabilidade com os alunos com necessidades especiais.
Neste sentido concluí-se que um trabalho psicopedagógico irá proporcionar situações reflexivas ocasionado questionamentos na prática educacional individual e/ou coletiva e auxiliando os professores do ensino regular a trabalhar com os alunos especiais. Dessa forma, possibilitará a todos envolvidos neste processo uma reflexão de
... suas práticas, antes de buscar o fracasso e as deficiências nos alunos e para que localizem as barreiras que estão obstruindo as vias duplas do aprender e do ensinar, aprendendo com suas próprias experiências do trabalho. [Procurar] despertar o hábito do trabalho cooperativo e da reflexão coletiva sobre os problemas e as atividades profissionais desenvolvidas [na escola]. Montoan (2004, p. 8)





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HALL. S (2000) A identidade na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva. Guaeira Lopes Louro. 4ª edição. Rio de Janeiro: DP7A.

IGEA, Benito Del Rincón. Presente e futuro do trabalho psicopedagógico. Trad. Antonio Feltrin. Porto Alegre: Artmed, 2005.

MONTOAN, Maria Teresa Eglér. Produção de conhecimento para a abertura das escolas às diferenças: a contribuição do LEPED/Unicamp. Laboratório de Estudos e pesquisas em Ensino e Diversidade. http//www.fac.unicamp.Br/leped. 2004.

___________ Inclusão ou o direito de ser diferente na escola. Construirnotícias. Ano 03. nº 16. Maio/Junho/2004.

SANTIAGO, Sandra Alves da Silva. Mitos e verdades que todo professor precisa saber. Construirnotícias. Ano 03. nº 16. Maio/Junho/2004.


ANÁLISE DA ESCRITA – UMA REFLEXÃO

De acordo com as pesquisas de Emília ferreiro a escrita da criança é um processo de construção pessoal que a mesma ao ingressar na escola traz consigo hipóteses a respeito da língua escrita e da leitura.
Há um percurso psicogenético dessas hipóteses, as quais passam pelas seguintes fases:
Fase 1: Icônico – (desenhos) grafismos, representam a forma dos objetos. Não- icônico -grafismos com formas arbitrárias e a ordenação linear – primeiras características da escrita pré-silábica.
Fase 2: Pré-silábica - não compreende a relação entre a escrita e os aspectos sonoros da fala. A quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas ( que não podem ser repetidas).
Fase 3: Silábica – a escrita representa partes sonoras da fala, só que cada letra vale por uma sílaba.
Fase 4: Silábico-alfabético – (transição do silábico para o alfabético) – o sujeito é capaz de abstrair as regras do seu sistema de escrita, percebe que escrever é representar as partes sonoras das palavras.
Fase 5: Alfabética – a criança já lê e escreve conscientemente compreendendo o que é socialmente estabelecido, que cada grafia representa um fonema da língua. Não escreve um fonema da língua. Não escreve ortograficamente.
É importante ressaltar que em termos evolutivos a criança com deficiência mental passa pelas mesmas etapas de desenvolvimento da construção da escrita, porém mais lentamente e com maior dificuldade.
Por outro lado, a criança deficiente ou não, deve ser estimulada através do meio onde haja informações disponíveis sobre a escrita (jornais, revistas, cartas, listas telefônicas, bilhetes, entre outros), pois facilita o seu trabalho cognitivo na construção da escrita.

PINTURA ABSTRATA E FIGURATIVA ( Retrospectiva)

Escola Dom Miguel Fenelon Câmara
2ª série B  - 2009               Profª Marli

PINTURA ABSTRATA E FIGURATIVA
(Retrospectiva)


ORIGEM DO TRABALHO:
Inquietação da professora em desejar oferecer algo diferente aos alunos em Arte.
Formação continuada na Semed (2005).
Acrescentar e/ou enriquecer a cada ano letivo o trabalho pedagógico.

OBJETIVOS:
Trazer à tona aos alunos a sensibilidade e a percepção ao observar a Arte com um novo olhar à sua realidade.
Levar o aluno a perceber-se como um artista, bem como os seus colegas com suas variações artísticas.
Entender que a leitura do mundo vai além dos contidos nos livros.
Conhecer algumas expressões artísticas e fazer uma releitura.
Perceber algumas características comuns em uma tela (textura, nome à tela e do autor, moldura, exposição)
Elevar a auto-estima do aluno ao produzir as suas telas e expô-las ao público.

DESENVOLVIMENTO:
Exposição de lâminas com contexto histórico (pinturas rupestres, esculturas de povos antigos, pinturas figurativas e abstratas)
Cores primárias, secundárias, terciárias, neutras, quentes e frias (lápis de cor ou giz cera a figuras)
Produção de tela: pintura abstrata com figuras geométricas (tinta guache)
Nomes às telas. Moldura. Exposição.
Produção de tela: pintura figurativa com tinta guache.
Nomes às telas. Moldura. Exposição.
Textura com lápis de cor (degradée). Pontilhismo (hidrocor, cola colorida): colagem com folhas desidratadas.
Simetria com guache e recorte.

ARTISTAS TRABALHADOS:
Michelangelo (lâminas com alguns trabalhos: pintura e escultura)
Leonardo da Vinci (biografia, Mona Lisa, releitura)
Tarsila do Amaral (biografia, Auto-retrato, releitura, Abaporu)
Rosalvo Ribeiro (biografia, obras, Sans-Souci, releitura)

VISITA AOS MUSEUS:
Pierre Chalita
Floriano Peixoto
Théo Brandão