Sequencia didática - Tarsila do Amaral

Sequencia didática - Tarsila do Amaral
SEQUENCIA DIDÁTICA TARSILA DO AMARAL -Releitura - 2010

terça-feira, 20 de maio de 2014

MÚSICA: FICO ASSIM SEM VOCÊ ( Adriana Calcanhoto)


 
FICO ASSIM SEM VOCÊ
 
 
Avião sem asa,
fogueira sem brasa,
sou eu assim sem você.
Futebol sem bola,
Piu-piu sem Frajola,
sou eu assim sem você.

Por que é que tem que ser assim
se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes
vão poder falar por mim.

Amor sem beijinho,
Bochecha sem Claudinho,
sou eu assim sem você.
Circo sem palhaço,
namoro sem amasso,
sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar,
Tô louca pra te ter nas mãos.
Deitar no teu abraço,
Retomar o pedaço que falta no meu coração.

Eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo
Por quê?
Por quê?

Neném sem chupeta,
Romeu sem Julieta,
sou eu assim sem você.
Carro sem estrada,
queijo sem goiabada,
sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes vão poder
falar por mim

Eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo.(2x)
 
 
Compositor: Original de Claudinho
Esta é uma regravação da música de Claudinho & Buchecha


 

 

MÚSICA: FAMÍLA ( Titãs)


Família


Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!

Família
Família, família
Vovô, vovó, sobrinha
Família, família
Janta junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando o nenê fica doente
Procura uma farmácia de plantão
O choro do nenê é estridente
Assim não dá pra ver televisão
Família êh!
Família áh!

Família
Família, família,
Cachorro, gato, galinha
Família, família,
Vive junto todo dia,
Nunca perde essa mania
A mãe morre de medo de barata
O pai vive com medo de ladrão
Jogaram inseticida pela casa
Botaram um cadeado no portão
Família ê

Família á
Família


 

O DONO DA BOLA (Ruth Rocha)


O DONO DA BOLA

             Caloca é um amigo legal. Mas nem sempre ele foi assim, não. Antigamente ele era o menino mais enjoado de toda a rua. E não se chamava Caloca.O nome dele era Carlos Alberto.

            E sabem por que ele era assim tão enjoado? Eu não tenho certeza, mas acho que porque ele é o dono da bola.

            Caloca morava na casa mais bonita da nossa rua. Os brinquedos que Caloca tinha, vocês não podem imaginar. Caloca só não tinha amigos. Porque ele brigava com todo o mundo. Não deixava ninguém brincar com os brinquedos dele. Mas futebol ele tinha que jogar com a gente, porque futebol não se pode jogar sozinho.

            O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa. Bom mesmo é bola como a de Caloca.

            Mas, toda a vez que a gente ia jogar bola com Caloca, acontecia à mesma coisa, só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:

            __ Assim eu não jogo mais! Dá aqui minha bola!

            __ Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo...

            __ Espírito esportivo, nada! Berrava Caloca. -E não me chame de Caloca, meu nome é Carlos Alberto!

            E, assim, Carlos Alberto acabava como todo que era jogo.

            Todas as vezes que o Carlos Alberto fazia isso, ele acabava voltando e dando um jeitinho de entrar no time de novo. Mas, daquela vez, nós estávamos por aqui com ele. A primeira vez que ele veio ver os treinos, ninguém ligou.

            Um dia, nós ouvimos dizer que o Carlos Alberto estava jogando no time do “ Faz “– de –Conta”, que é um time lá da rua de cima. Mas foi por pouco tempo. A primeira vez que ele quis carregar a bola no melhor do jogo, como fazia conosco, se deu muito mal... O time do  “Faz –de –Conta”correu atrás dele e ele só não apanhou porque se escondeu na casa do Batata.

            Aí o Carlos Alberto resolveu jogar a bola sozinho. A gente passava pela casa dele e via. Ele batia  bola com a parede. Acho que a parede era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede não deve ser muito divertido que depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais, apareceu lá no campinho, mas não houve acerto...

            E Carlos Alberto continuou sozinho. Mas eu acho que ele já não estava aguentando de estar sempre sozinho.

            Na quarta- feira, mais ou menos no terceiro treino, lá veio ele com a bola debaixo do braço.

            __ Oi, turma, que tal jogar com uma bola de verdade?

            Nós estávamos loucos para jogar com a bola dele. Mas não podíamos dar o braço a torcer.

            __ Olha, Carlos Alberto, você apareça em outra hora. Agora nós precisamos treinar - disse Catapimba.

            __ Mas eu quero dar a bola ao time. De verdade!

            Nós todos estávamos espantados:

            __ E você nunca mais pode levar embora?

            __ E o que você quer em troca?

            __ Eu só quero jogar com vocês...

            __ Viva o Carlos Alberto!

            __ Viva!

            Então o Carlos Alberto gritou:

            __ Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar de Caloca!

 

(Rocha, Ruth In: Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias. Rio de janeiro: Salamandra, 1976).