Já estavam todos se preparando para caçar a lagarta.
— Abaixo a feiúra! — gritava a aranha, como se ela fosse muito bonita.
— Morra a comilona! — exclamava o louva-a-deus como se ele não fosse comilão também.
— Vamos acabar com a preguiçosa! — berrava a cigarra, esquecendo-se de sua fama de boa-vida.
E lá se foram eles. Cantando e marchando.
Um, dois, feijão com arroz... três, quatro, feijão no prato...
Mas... a primavera havia chegado. Por toda parte havia flores na floresta. Até parecia festa...
Os passarinhos cantavam. E as borboletas, quantas borboletas! De todas as cores, de todos os tamanhos, borboleteavam pela mata.
E os caçadores procuravam pela lagarta.
Um, dois... feijão com arroz...
E perguntavam às borboletas que passavam:
— Vocês viram a lagarta que morava na amoreira? Aquela preguiçosa, comilona, horrorosa?
As borboletas riam, riam... Iam passando e não respondiam.
Até que veio chegando uma linda borboleta.
— Estão procurando a lagarta da amoreira?
— Estamos sim! Aquela horrorosa! Comilona!
E a borboleta bateu as asas e falou:
— Pois sou eu...
— Não é possível, não pode ser verdade! Você é linda!
E a borboleta sorrindo, explicou:
—Toda lagarta tem seu dia de borboleta. É só esperar pela primavera.