Sequencia didática - Tarsila do Amaral

Sequencia didática - Tarsila do Amaral
SEQUENCIA DIDÁTICA TARSILA DO AMARAL -Releitura - 2010

quarta-feira, 29 de junho de 2011

EXPERIÊNCIAS COM A INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS AO CURRÍCULO (Retrospectivas pedagógicas (2009) Professoras Eliziane e Marli)

O professor que tem a finalidade de tornar seus alunos mais questionadores e reflexivos possibilita de várias maneiras a interação deles com o saber. Isto é possível pelo questionamento ao apresentar o conteúdo com as TIC, as quais permitem inúmeras situações. Mesmo antes de conviver com as tecnologias tão de perto como agora por meio deste curso, buscávamos alternativas que conduzisse a produção do conhecimento do nosso alunado.
Como por exemplo, para propiciar o desenvolvimento de conceitos sobre cartografia foi trabalhado O projeto “Meu bairro, minha sala de aula e eu” para uma turma da 2ª série do Ensino Fundamental. Por meio dele foi abordado disciplinas como: Língua Portuguesa, Matemática, História, Ciências e Arte. Por sua vez, com a Parte Diversificada pode-se desenvolver tema relacionado com a Cidadania, o Meio Ambiente e a Sociedade e Cultura.
A intenção deste projeto é conduzir a construção da leitura e interpretação cartográfica. Este processo tem início a partir do meio em que se encontram os alunos, no caso seu bairro e a sala de aula, e daí levá-los a perceber que estão inseridos em um contexto geográfico que pode chega ao universo ou infinito. Ao término deste trabalho há a possibilidade dos alunos perceberem uma visão de distanciamento do micro para o macro e bem como, o seu inverso, do macro para o micro. Além disso, identificar a ocupação do homem de forma planejada e a desordenada nem nosso território e as suas conseqüência a curto e em longo prazo.
Com o intuito de alcançar estes objetivos foram realizados duas aulas de campo nos bairros que ladeiam a escola e bem como, os alunos residem neles, produziram a sua leitura por meio desenhos e escrita descrevendo os pontos positivos e negativos dos locais visitados. Com as produções dos cartazes foi feito um mural. Para dar um suporte aos alunos foi trabalhado paralelamente poema s com o mesmo eixo temático permitindo que os alunos fizessem coletivamente suas versões segundo a sua realidade. Também foi desenvolvido estudo com as formas geométricas planas e os sólidos geométricos possibilitando um caminho de perceber o abstrato por meio do concreto.
A partir desta base os alunos construíram uma planta baixa (croqui) da sala de aula com uma legenda e por fim, a produção de uma maquete da sala de aula com sucata. Após esta maquete eles demarcaram os seus limites com um marcador permanente sobre um plástico filme. Dando assim margem dos alunos perceberem noções básicas de cartografia.
Para um período de um bimestre os conteúdos desenvolvidos são: Bairro planejado e não planejado: suas características, pontos positivos e negativos; Ocupação das encostas: o que leva o seu surgimento e suas conseqüências para o homem e o meio ambiente; Tipos de ruas e sua acessibilidade para veículos e pedestres; Saneamento básico e seus benefícios; O lixo; A cartografia e a história do homem; As representações cartográficas básicas; O planisfério e o globo terrestre: suas diferenças e utilidades; A importância do uso de mapas em setores de nossa sociedade; A utilidade da legenda, croqui, planta baixa e maquete: visualização do real e A percepção do homem em sua posição como ponto de partida em relação ao mundo: o micro para o macro e vice-verso.
As mídias e tecnologias empregadas são: textos informativos, mapas antigos e atuais alguns adquiridos nos livros didáticos ou pela Internet, material este que às vezes eram adaptados para atender às necessidades dos alunos; revistas; globo terrestre; planisfério; livro Zoom de Istvan Banyai e Data Show e um aplicativo do Google.
Ao concluir este processo de aprendizagem percebi tanto uma mobilização dos alunos em participar em todas as etapas do projeto de forma prazerosa como a compreensão dos conteúdos, e o que é melhor o avanço da aprendizagem em assimilarem os conceitos básicos cartográficos, os quais possibilitam a leitura e o entendimento de alguns elementos da Cartografia que podem ser encontrados em seu cotidiano.
Outra atividade que o grupo participou foi o Projeto “XÔ Dengue”. Neste projeto toda a escola participou, desde os alunos até o pessoal de apoio, inclusive a comunidade local.
O projeto teve enfoque à disciplina de Ciências, mas foi também foi correlacionado a outras disciplinas, tais como Geografia, História, Matemática, Língua Portuguesa e Arte.
Foram realizadas pesquisas sobre o tema “Dengue” através da internet, jornais, revistas, folhetos explicativos e cartazes distribuídos nos postos de saúde na comunidade e bem como, entrevistas com as famílias, comunidade escolar e local para verificar o grau de informação sobre a doença (causas, cuidados de prevenção, sintomas, tratamentos, etc.). A pós este levantamento de dados houve a exibição de vídeos informativos sobre a Dengue.
Como pesquisa de campo, fomos às ruas vizinhas da escola, para verificar como se a comunidade estava consciente de suas atitudes diante do problema (as crianças viram grandes acumulo de lixo e recipientes que propiciavam a reprodução dos mosquitos). Com sacos e luvas nas mãos fizemos grande coleta de lixo que facilitava a produção do mosquito (tampas de garrafas, copos descartáveis, embalagens plásticas, etc.).
Realizamos uma exposição na escola, de parte do lixo que encontramos, bem como poesias e textos construídos de forma individual e coletiva pelos alunos, a fim de conscientizar a comunidade escolar. Para reforçar este objetivo, houve uma palestra por técnicos da Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, a produção de cartazes informativos, que foram fixados nas dependências da escola e a realização de uma peça teatral sobre o tema.
 A culminância foi a realização de um desfile pelas ruas da comunidade enfocando o tema ao mesmo tempo em que mostrava a preocupação da comunidade escolar.
O Projeto permitiu ao aluno pesquisar, produzir novas descobertas, interagir com o grupo, tomar decisões, levantar dúvidas, estabelecer relações com o cotidiano, além do mais o Projeto promoveu uma correlação entre as áreas curriculares trabalhando de forma integrada, criando formas de aprendizagem mais concreta.
O trabalho com projeto está muito em voga. Poucas são as escolas e professores que ainda não experimentou esta possibilidade de aprendizagem, sentimos, porém, que em muitas experiências falta um engajamento de todos para que seja alcançado o objetivo maior – a contextualização do tema. Outra questão é trabalhar projetos com temas repetitivos e sem muita apropriação por parte dos alunos, ou seja, as pesquisas realizadas são quase que trazidas pelos professores, pois muitos alunos não têm condição e parte das escolas não tem acervo para pesquisas.
Não resta duvida que o trabalho com projeto facilita a interdisciplinaridade, favorecendo a integração, pois o professor propicia as mediações necessárias para o aluno que está aprendendo a partir das relações criadas nas diversas situações. E esta competência que todos nós como professores desejamos aos nossos alunos, que eles percebam que o conhecimento em suas várias áreas não está isolado, e é como uma teia, ou seja, está interligado em seus diversos saberes possibilitando uma maior compreensão da nossa realidade, de nossa visão de mundo.


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